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o desarranjo poético

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Tinha de ser Amélia! Tinha!

De súbito ela entrou. O desconforto era visível em seus grandes olhos azuis, que belos olhos. Nao pude evitar roubar um pouco deles pra mim, só por um segundo, assim... meio sem jeito, com jeito de quem nao sabia o que fazia. Meu ar era de graça e de mentira. Menina sem nome era aquela. Me recordo da trança, dos trejeitos tortos, da dúvida, dos grandes olhos azuis, e a falta de suavidade ao passar pela catraca. Visto que era admirável sua beleza, o mundo inteiro e aquele ônibus pararam. Foi minguando a pequenina, como um navio descendo a borda do mundo, nos bancos ao lado daqueles mais ausentes.
Sei que jamais me verás novamente, e teu nome também, em minha vida, será mistério. Moça bonita da trança comprida, assim que me achares, prometo, veja bem.. prometo


devolver aquele pedacinho de céu que roubei de ti naquele segundo.

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