ape

o desarranjo poético

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Coffee break.

-Café preto, por favor. Com açúcar.

Pedidos sinceros demais em mesas sujas demais.
Os pequenos que entram pedindo cor pro a realidade de fora.

-vai querer drops, moço?

A existencia do menino azul me incomoda. Meus olhos baixos servem de resposta. O hálito da criança me toca outra vez.

-moço, por favor.

Busco com as maos tremulas uma possivel xicara de café, para um possível gole. Falhei.
Suor já começava a beijar meus lábios secos. Estou nervoso. Num impulso levanto a cabeça de forma brusca, brutal.. vejo dois pequeninos olhos foscos a fitar a tudo e todos. O pequeno se virou também, e para o azar de minha consciencia me viu. Me viu pasmo. E eu o vi. A criaturinha so nao ajoelhava porque nao sabia rezar.

Dei-lhe uns trocados. Ele se foi.



-Café preto, por favor. Sem açúcar.

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