ape

o desarranjo poético

domingo, 25 de julho de 2010

25 minutos.



Um tapa forte e rosto cora.
Puxa-se o cabelo para que olhos ganhem um vazio.
Quebra-se a garganta para calar o peito que chora.
Corpo e chão - partilhando o frio.

Sensato é ir embora. (agora)
quem sabe jogar teu corpo, querida, no rio.
Para polícia chegar dou no máximo meia hora
para que você, sua vaca, apodreça, no mínimo mil.

Já fui, de ti, o maior servo.  Hoje sinto o mesmo repúdio que as madames sentem por baratas - e vice-versa.   Agora não cabe a mim julgamento eterno, afinal este é papel do mundo (e este ve o que quer ver)

Querida,  

mal sabes tu que não me importo-
pois no instante que nasci comecei a morrer.




exatos 25 minutos.

xeque-mate.

terça-feira, 20 de julho de 2010

chocolate quente.

        Nesses dias de frio extremo, em que o sorriso fica ralo, beirando a falsidade e a enganação, é que me recordo dos tempos mais amenos, tempos que a rua era tão mais convidativa.  Acho que são os banners que já nao me atraem mais.  Agora apenas escuto meus pensamentos, perguntas já não me aquecem os ouvidos.  Sendo honesto ainda escuto Cure, danço alguns passos meus, escovo os dentes, canto velhas canções e tomo um café forte e amargo que eu mesmo faço e que me dá um tremendo orgulho (na verdade eu só gosto de ter as mãos quentes).  Não é uma rotina, só uma opção, me sinto plenamente satisfeitos aliás.  Hoje, por exemplo, limpei o pó.  Dizem que faz bem à saúde.  Isso me lembra que tenho que parar de fumar.  Poderia também fazer exercícios periodicamente.  Comer menos gordura.  Acho que já basta de carne vermelha.  Posso, quem sabe, mudar os móveis de lugar!  Feng shui!

        Nesses dias de frio extremo eu durmo de meia e demais.   Tomo pequenas cápsulas de cansaço e sonho.  Durmo bastante.   Não tenho sonhado muito, mas isso é culpa da touca que uso pra dormir.  Está frio, sabe como é.   Tomara que jamais me roubem meu guardador de sonhos. muito pessoal, sabe como é.   Porém está tudo lá, eu sei que está.  


           Nesses dias de extremo frio eu espero até ficar muito escuro. Espero também as estrelas secarem, e a cidade dormir, e os loucos fugirem e que a lua acene, para que então minha cor possa se confundir com o breu - e o breu se confundir com o quarto - e o quarto se confundir com tudo - e eu me confundir com o mundo.  








tenho que ir ao médico e resolver o problema do ronco aliás.


plenamente satisfeito.  não volto atrás. 
          


sábado, 17 de julho de 2010

crack is wack.

Nada raro este pesadelo.
Mestiços, viciados e putas dançando suas danças ciganas.  Um ar expressionista que arrepia, que excita os mamilos, que dá medo e curiosidade.
Criam DEUSES e TIRANOS, nas ruelas imundas e frias da cidade.
Brincam.

A corja de anjos decaídos.
Famintos como animais.
Ferozes como animais.
Ignorados como animais.

Fulanos de um mundo que precisa de nomes e carros esporte.
Siclanos sem sorte.
Beltranos que no peito só tem a cicatriz (ou o corte).

São iguais em tudo na vida; morrem de morte igual.  
porém beijar as asas dos anjos não é problema algum!
Já que não vão para cima, vão esquentar a pele grossa e sofrida onde é quente e eterno.
Penitência é a vida vadia.

life is a bitch.  


we love bitches.  

mas as vezes, quando falta luz, alguns conseguem dormir







e alguns conseguem até sonhar.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

CENSURA

Queria tanto que essas malditas folhas ainda pudessem ser palco de meus verdadeiros pensamentos.
Já não há mais espaço para mim.  Devo escrever sobre a podridão desse mundo torto, com o máximo de cuidado, com dose dupla cautela.  Logo me censuro, blefo e não pulo.  Ponho na boca, mas não engulo.

E a pergunta martela meu cérebro:  Por qual razão não me calo?   Essa mania de sempre gritar e gritar e gritar e fazer questão que me escutem e não consigam jamais entender.   Essa mania de solidão.   Essa mania de dizer "não".  

CENSURO

e aos meus devaneios reservo lugar qualquer, junto do frio do chão, ou do calor do colo de qualquer mulher.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

PUTA MERDA!


POR QUAL MOTIVO EU NÃO CONSIGO ESCREVER SOBRE, SEI LÁ, OVELHAS? MORROS?  FLORES?  MAÇÃS?  QUALQUER BOSTA SEM SENTIDO?


um soneto é o que eu preciso.


merda do caralho.

sábado, 10 de julho de 2010

moças

São só moças                                          
roupa pouca
dedos lisos
beijo na boca
amassos
laços
rostos
línguas
falsas
despedidas
ajuda
saída
bebida
sozinho
saudade
soluço
seco
duro
parede
gelo
profundo
fel

em noites escuras, sem estrelas...


nem céu.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

congratulations

a perfeição me dá medo.


por isso amo o incorreto.


o incostante é meu sossego.


não quero mais um caminho certo.




a perfeição me dá medo, mas está sempre por perto.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

cigarettes

what a wonderful menace, my little darling.  

tem fogo?

Voa, lenta e cálida, por entre tudo e tudos.
Seca sempre, com seus beijos lânguidos, os meus olhos pecadores, e eventualmente pede por lágrimas.
Envolve - abraça - esquenta - amassa
Louca, uma vala para o corpo frouxo.
Formas mil, mas sempre excitante para o fraco moço.

Queima.

Mata.

Completamente estúpida e inconstante.
Calada e monocromática.
Sempre de joelhos, seus seguidores.
Os pervertidos e os amores.

could you buy me some more, little darling?

-

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH!


maybe i am just afraid.

domingo, 4 de julho de 2010

sóbrio

Passo
Passo
Passo
Passo

Corredor calado.
Silêncio mais que ensurdecedor.
Estalo das botas.

Passo 
Passo
Passo
Passo

Mais uma dose de veneno?
o mais puro fel.
Azedo mesmo é o limão e o viver.

proposta excitante.

obrigado, passo.

o infinito.

uma promessa de vida.