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o desarranjo poético

sexta-feira, 16 de julho de 2010

CENSURA

Queria tanto que essas malditas folhas ainda pudessem ser palco de meus verdadeiros pensamentos.
Já não há mais espaço para mim.  Devo escrever sobre a podridão desse mundo torto, com o máximo de cuidado, com dose dupla cautela.  Logo me censuro, blefo e não pulo.  Ponho na boca, mas não engulo.

E a pergunta martela meu cérebro:  Por qual razão não me calo?   Essa mania de sempre gritar e gritar e gritar e fazer questão que me escutem e não consigam jamais entender.   Essa mania de solidão.   Essa mania de dizer "não".  

CENSURO

e aos meus devaneios reservo lugar qualquer, junto do frio do chão, ou do calor do colo de qualquer mulher.

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