ape

o desarranjo poético

quarta-feira, 23 de junho de 2010

violinistar

Andava calado,
depois do serviço, os poucos metros até meu apartamento. P
ara meu júbilo, ao subir a ruela magra, vi ao longe um rapaz. Contudo este não era só, tinha consigo um instrumento de tocar, que por sinal tinha um aspecto no mínimo deplorável. Os rasgos por entre a madeira envelhecida pelo tempo mais pareciam fendas em rochas, sem qualquer alinhamento ou semelhança, pura obra do descuido e desgaste. A cor era castanho, porém as manchas eram evidentes. Cordas novas aquele corpo jamais vira. Sentei-me e tratei de escutar. Tocava a quarta de Beethoven. Permaneci calado.
Eu notava seus traços: eram desalinhados, definitivamente minto se disser de uma beleza ímpar, pois beleza alí não havia. Disforme, entretanto de olhar doce, bovino, como diria o escritor. Seus olhos eram negros (bem como a pele) e não os tiravam nem por um segundo do braço do violino, até o momento que por uma força maior, quem sabe um impulso, ou até obrigação moral puxei alguns trocados do bolso e lhe ofereci, calado. Foi então que o sujeito notou minha presença. Parou delicademente de tocar a música, recusou o dinheiro com a cabeça, e gentilmente me agradeceu com um olhar e um sorriso de dentes amarelos e pequenos, mas de extrema honestidade.

eu que era calado, cantarolei o dia todo.
sujo meu blog.

madame filet mignon

Nos lábios tortos o batom escuro rasga.
Corpo envelhecido, estado: uma lástima.
Sambou em sangue e degraus.
A água da piscina no queixo encosta.


Mas o peso nao afunda, pois nao tinha nada nos bolsos,

nem em lugar algum.
é na hora que a baba engrossa,
que a língua cresce,
que a garganta coça,



que se sente frio.

Ying & Yang

Sao as orelhas da mesma cabeça, que apontam pra lados de diferentes.
Ying e Yang se entendem.
Se acham bonitos.
Acham bonito serem queridos.

Ying e Yang bebem cerveja e champanhe.
Ying e yang rolabolam nas escadarias.
Sobem montanhas e colinas.
Mas ying e yang tem pontas, se ferem na fragilidade do "sem querer".
A vida ama você.

Se mesclam nesse ser estranho, infame.
De um fervor de enx (ou seria ch?)ame.
Vida, me ame.

Hoje eu acordei com certo medo de coincidencias.
Breves perturbacoes, mera audiencia.
Sugaram-se pra um lugar. Qual? o que quiser... desde que seja longe daqui.

Decifra-me

"Sem essa de que: "Estou sozinho."
Somos muito mais que isso
Somos pingüim, somos golfinho
Homem, sereia e beija-flor
Leão, leoa e leão-marinho
Eu preciso e quero ter carinho, liberdade e respeito
Chega de opressão:
Quero viver a minha vida em paz
Quero um milhão de amigos
Quero irmãos e irmãs
Deve de ser cisma minha
Mas a única maneira ainda
De imaginar a minha vida
É vê-la como um musical dos anos trinta"

asfalto morno.

Perdido jurei, não mais voltar a um lugar que não o meu.
Porém minha inconstância me cutuca o juízo, me faz querer de novo a vida de incerteza.
Vida é pra conhecer toda beleza dum mundinho grande, para conhecer o tão distante horizonte.

Acordo cedo e arrumo as malas. Pego o pouco que me é necessário, e quem sabe até um livreto.
Distribuo ,no silêncio da escuridão, beijos e abraços. Visito amigos e amigas, até aqueles que já me esqueceram. Queimo velhas fotos, compro filme novo. Fumo um cigarro comprido até o filtro, porque meus olhos fechem e não haja como olhar pra trás. Ponho um sapato velho e vou sozinho a cantar até a margem de uma pequena lagoa. Lá, jogo meia dúzia de pedrinhas pra pular e me despeço da terrinha. O fusca me espera na estrada. A estrada me espera ardida.

para uma, sempre boa, partida












e árdua despedida.

Arcobaleno

Menina dos olhos de mel, sei que do teu pranto se faz poesia;
Poesia que escorre pelo rosto, desce até o queixo e some antes de ganhar o mundo.
Saiba que aquela que não escorre pelo chão torna o coração mudo.
Dá-me tuas palavras nem que por um segundo, para que eu possa ver por de trás da carne, pondo um fim na minha curiosa agonia.

Menina dos dedos de criança, sei que não é a valsa tua dança;
pois és viva demais para tão pouco.
Menina dos dedos de aquarela, sei que sonhas até onde teu juízo alcança;
Voa alto e com os pés no chão.


Ah menina.. Eu sempre achei que fosses um arco-íris.
Dauntless, he decided to live.

Santa.


O pélvis esquálido dançava à candência de baixa música e rara luz.
Perguntava-me se os rins saltados aguentariam os momentos seguintes.
Seus ossos, frágeis, desfacelavam-se nos dedos fétidos dos clientes preferidos.
O perfume cheirava à fragrância de sêmen e suor, e não resistia em entorpecer a platéia sedenta e à ela, criando um sentimento de ausência, de fuga.

Os secos faziam seus filhos.
Os pobres comiam caviar e bebiam champanha.
Os pervertidos se admiravam, bem vestidos.
Os feios narcisavam um reflexo.
Os que eram calados cantavam.
Os brutos amavam.
Até os tristonhos esqueciam que choravam.

E os seios magros pararam na boca de um qualquer.

Por de trás daquela parede, em meu caleidoscópio era bela, tal mulher.

reflexão.

Me olharam ferozes os dois olhos pequenos.

Eram secos e feios.

As mãos pediam por objetos inúteis.

Eram magros os dedos.

Da noite se fizeram os cabelos.

Do pensamento surgiram vontades fúteis.

Vontade de ser de verdade.

Vontade de sentir saudade.

Maldito rosto, por que me olhas tanto?

Nao te quero mal.

Esse teu rosto não te cai bem sendo assim tão água e sal.

E essas agulhas que espetam os ouvidos?

E a baba grossa que molha o beijos bandidos?

Anjos ainda passam a língua morna em tua alma?

Ou seriam os demônios que contigo falam?

Feche tua garganta.
Feche teus olhos.
Deixe eu cantar pra ti amigo,
Um som azul como o infinito.

Quem é você?


Os punhos se tocaram em harmonia.

E todo o julgamente que havia, caiu.

E mundo inteiro novamente se abriu

Por um segundo, por entre flores e pedacinhos de estrela.



Quebrei minha mão.

E os malditos continuavam a me olhar, secos e feios,
dos cacos e do que sobrara do espelho quebrado.
RAIOS

















































































.

...

Estou com uma vontade extrema de criar uma máquinha do tempo.
Voltar para o passado e nao fazer nada do que fiz até agora.


pois simplesmente nao estou para mémorias tristes, nem para as felizes.

Lua e sol.

Com seu jeito leitoso,
a lua menina flertou,
no recém formado dia
com o sol que acordou.

Antes de dar por si o grandioso morria de amores.
Iluminou o mundo para mostra-la as coisas lindas e esconder seu horrores.
Fez crescer as flores mais belas e brilhou cada parte de uma imensidao de cores.

Mas so a fez ir, furtiva, embora.
So a fez ir contar as estrelas no outro lado do planeta, a beleza que no dia vigora.

Jamais esqueceu da beleza,
o pobre sol que toda noite de saudade morre
daquela que vive onde a cidade dorme.

Carta 2070

http://www.youtube.com/watch?v=Re-ztSxGXdw

Os monstros e o violino.

Era bonito de ver seus dedos como pincel, tocando o vidro umidecido do auto numa noite fria, repleta de sereno e monstros. Começava, como sempre, com o mundo inteiro.

Desenhou friamente a bordas do planeta.
Fez derreter a Antártida com seu dedo quente.
Pintou os mares com o azul dos olhos.
Desceu um pouco mais, e criou a perninha sulamericana.
Subiu um pouco mais, e com seu coraçao pequeno, fez um Brasil.

Nesse pequenino Brasil colocou tudo que mais gostava. Um pouco de cor, um pouco de gente, um pouco de praia, diversos animais, falésias monumentais, e árvores colossais. Montou sua terra alegre como nunca antes visto.

Entretanto o violino que chorava alto, cujo som ecoava, fez a realidade imunda novamente.

soprou o ar quente de sua barriga contra o desenho que fizera, e no vidro novamente embaçado escreveu seu nome. Afinal almejava algo que fosse real.

Exame de consciência.

Penso,
de tempos em tempos,
que deveria me preocupar menos com aquilo que penso
e mais com aquilo que falo.








ou com aquilo que jamais falei.

poema bobo II

Meio céu e meio mar.
Êfemero cheiro de amor no ar.

Fez-se altar, a gélida areia.
Fizeram-se testemunhas, as pobres conchas de marisco.
Pouco era o risco de haver razao.

Duas criaturas sem fé
Em silêncio estao.
E por entre as pedras, barulho de maré.
E entre os dois, apenas os sons do coraçao.

Flores na calçada.

Já passava de meia noite. Era possível ouvir através das paredes finas passos apressados, de um homem quase que novo, e quase que velho, de média estatura, cara quase que normal. As janelas observavam, indiscretas, como de costume, aqueles dois grandes olhos medrosos e aflitos. Coitados eram os degraus que sofriam com a angústia do sujeito. Nas costas uma luz azulada iluminava-o, dando um ar doce, macabro, e interessante a toda aquela visao. O gestos eram rápidos, despreocupados com possíveis erros, afinal o que vinha a seguir fora vaidosamente calculado, embora este nao fosse o mais racional dos homens.

Gotas de chuva molharam sua testa, seus ombros, o corpo todo. Criavam caminhos por entre as rugas de sua cara, as malditas. Passaram pela queda de seu nariz, foram até o bico, desceram escorregando pela boca, molhando o limo dos dentes, do sorriso pobre. As maos que tremiam já esqueciam de ser indecisas, tomavam um rumo sem volta.. pois fariam o que nao poderia ser feito. Agora seu mundo era silêncio, nao podia escutar nem voz, muito menos razao. Pobre rapaz, que criatura triste.

Sentia tesao em empunhar uma arma. Nao era a primeira vez, mas cada uma era única. Um prazer tao esplendoroso. Sentia poder. Podia matar.

-Tu queres dinheiro? Disse a moça. -Se for dinheiro eu te dou! Por favor nao faça nada!

AGORA DIZ! Diz vagabundo! Que tu nao querias dinheiro porcaria nenhuma! Que tu querias cheiro de pólvora, de sangue. Tu sabes que falta de dinheiro nao é teu mal. Agora diz pra ela.
Tens conhecimento que homens sao todos iguais numa cela.



Levou as duas maos até cabeça de cabelos desgranhados, e chorou.
Pois sabia que agora era apenas mais um que matou.


Um cara quase que normal.

Indecisao

-Decide menino! Quer escrever ou fazer música? Desenhar ou encher a cara? Dar marteladas na vó ou alimentar um enfisema? Jogar xadrez ou paciência?


porra, a angústia é minha...


Se faço prosa ou poesia o problema é meu.
nascimento.


uma bela piada divina.

a overdose.

Se contorcia como serpente.
Intercalava o gozo com demência
Sua mente era fogo em alto mar
Explosao de cáis.
Pedia perdao pela miserável vida, mas pedia mais.

O milagre de viver entregou-lhe uma faca,
e ela se esfaqueou.
Passou pela vida como mera observadora.
Deixou...
Deixou...
Deixou...

sua alma à venda.

Fechou os olhos numa expressao mista de alívio e cansaço.
Morreu afogada, perto de Deus, e ao lado dos barcos.

Maldito diplomata.

Nunca lamberei os pés de ninguem.
Nao engulo palavra.
E quando me sentir forte, me sentir bem
Abro um sorriso bobo, e lhe cuspo na cara.

pianinho.

Eu, bem criancinho, aprendi a ser sozinho
Eu, bem menininho, levantei pedras do caminho

Cansei dessa tentativa constante de ser poeta, de tentar por meu nome na vitrine de livraria. Agora eu rimo mansinho, assim bem bossa nova.
Ainda tomo jeito, ponho gravata e vou ser gente grande. Juro isso todo instante.
Faço uma família bonita, numa casa bonita, compro carro, tiro férias na europa, e bebo moderadamente. Viverei pianinho.
Quiçá eu diga alguns "eu te amo", ou até verse belos amores.

mas eu, bem criancinho, aprendi a ser sozinho.

O malabarista.

Os seres do circo sao algo de extra-terreno. Seres azuis, amarelos.. Criaturas que alfinetam nossa curiosidade, cuja a existencia excita nossa ordinariedade. Notáveis criadores de novos medos, pioneiros na arte do desejo. Arrepiam meu corpo inteiro. Tire desses sonhadores seu sangue, sua familia, seus amores, dinheiro, e fama.. contudo jamais os prive de sua arte.
Quando eu criança pequena morri de amores por uma trapezista. Voava feito uma andorinha, a pequena. Porém hoje defendo os malabaristas. Eles sao o que há de mais doce num show de picadeiro.



Voces trapezistas podem desafiar a gravidade, mas nós os malabaristas brincamos com ela.
Quem canta os males espanta.
Quem bebe os males esquece.



nunca aprendi a cantar.

Tinha de ser Amélia! Tinha!

De súbito ela entrou. O desconforto era visível em seus grandes olhos azuis, que belos olhos. Nao pude evitar roubar um pouco deles pra mim, só por um segundo, assim... meio sem jeito, com jeito de quem nao sabia o que fazia. Meu ar era de graça e de mentira. Menina sem nome era aquela. Me recordo da trança, dos trejeitos tortos, da dúvida, dos grandes olhos azuis, e a falta de suavidade ao passar pela catraca. Visto que era admirável sua beleza, o mundo inteiro e aquele ônibus pararam. Foi minguando a pequenina, como um navio descendo a borda do mundo, nos bancos ao lado daqueles mais ausentes.
Sei que jamais me verás novamente, e teu nome também, em minha vida, será mistério. Moça bonita da trança comprida, assim que me achares, prometo, veja bem.. prometo


devolver aquele pedacinho de céu que roubei de ti naquele segundo.

A velha história de todas as histórias que tem, no fim, um começo

I held your hand for a long time.
I had my soul inside your mouth.
I had my love on your tongue.

Felt God's hands in my face, was a slap. I asked for answers. Another slap. I asked for compassion. Another slap.

now.. i have no place to hide.

and you live this ordinary life with the same virginal passion.


it is alright to be a whore in the inside.

WHO CARES?



i do.

garoa.

HAVE FUN! It is our time now. Forget poverty! Celebrate! We are millions, billions... of years ahead! Blow up your head with pleasure and colors.


mas lembre-se criança.. Deus abomina finais felizes.


e o céu só chora.

criaturas estranhas esses homens.

Daquela pequenina janela, aquela sobre o mundo todo, eu via as formiguinhas, lá do alto (altura sempre dá um ar de importancia). Apoiei meu queixo nas canaletas feitas de madeira. Cheiro de Embaúba. Os olhos inquietos, dois irmaos que se odeiam que jamais se fitam, observavam o mundo inferior. O mundo de lá tem gente de verdade. Verdade é algo muito perigoso, voce pode se machucar.


e as pequenas criaturas continuam andando, com suas cabeças bonitas e seus corpos feios, procurando algum tipo de ideologia ou filosofia.

E eu, daquela pequenina janela, aquela sobre o mundo todo, via as formiguinhas, todas elas.

Eleiçao.

Pregamos bondade, paz, amor, saúde, distribuiçao de renda, reforma agrária, estado laico, aborto, homossexualismo, o novo, o belo, as flores, os abraços, os beijos roubados, mais uma vez o amor, a juventude, a amizade, o sexo, a felicidade, os sonhos mortos. Pregamos com o coraçao.


Meninas e meninos! Seremos a próxima refeiçao.

.

the end.

stratocumulus.

-Eu vejo uma girafa.
-Eu vejo uma tartaruga.
-Eu vejo um macaco.
-Eu vejo uma pulga.


Tão perto do céu.


Tão longe de tudo.

Nefelibatas.

E o que fazem meus amigos?

querendo sempre aquilo que nao existe. Lindos tolos, que creem na verdade que na sarjeta se decide.
Amam o mundo proprio, irreal. Vivem o mundo, infinito cor de maça, nas suas almas fortes.
Correm o tempo todo, em busca do horizonte sobre o mar.
Meninos anjos que ainda nao sabem amar.
Que nao se culpam por se gostar.
Nao sucumbem aos dias de caos. Se sustentam com a perna do proximo.

Pintam o mundo, em tons de laranja e vermelho, cor de maça.

Isso é o que fazem meus amigos.

vácuo.

Seco. Meu grito é inútil. Minha mente é estanque. Todas palavras que ja me pertenceram, agora simplesmente cospem em mim a todo instante.

Rouco. Espero louco por aquilo que caiba perfeitamente em minha cançao, na cançao de minha vida.

Peço-te pouco, meu deus, peço algo que eu apenas alcance. Quero minha de volta minha alma de iniciante. Minha virgindade quase que pura. Desejo insanidade sóbria, soberania própria.

Ao menos algo que eu sinta, que faça sentir. Qualquer coisa maior que a vida de agora.

Vazio. É por certo aqui dentro, mas ainda melhor que lá fora.


Como eu queria lembrar como se faz um soneto.

mae.

Mae, quem é aquele menino? Me diz mae. Mae daonde ele vem? O que será que ele tem mae?
Mae, me explica o que é viver assim. Sem saber nao da pra entender. O que ele tanto olha? Por que ele chora? Ele tem fome? Ele tem nome? Por que ele mente? O que será que ele tem?

Mae.. voce pode responder..


sei que mentiras também ajudam a viver.

festas pros deuses.

O som do violino corta os ouvidos de todos aqueles ainda donos de sua sanidade.
Palavras jogadas, suadas, gritadas, em meio a todas aquelas pessoas. Pode-se sentir algo por dentro da pele, que excita os pelos, os porques, e os poréns.
Festa dos bebedores de absinto.
Festa dos praticantes voodoo.
Muita luz para o que sinto.
Pouca luz por onde minto.

Malogro. Minha arte.

Coffee break.

-Café preto, por favor. Com açúcar.

Pedidos sinceros demais em mesas sujas demais.
Os pequenos que entram pedindo cor pro a realidade de fora.

-vai querer drops, moço?

A existencia do menino azul me incomoda. Meus olhos baixos servem de resposta. O hálito da criança me toca outra vez.

-moço, por favor.

Busco com as maos tremulas uma possivel xicara de café, para um possível gole. Falhei.
Suor já começava a beijar meus lábios secos. Estou nervoso. Num impulso levanto a cabeça de forma brusca, brutal.. vejo dois pequeninos olhos foscos a fitar a tudo e todos. O pequeno se virou também, e para o azar de minha consciencia me viu. Me viu pasmo. E eu o vi. A criaturinha so nao ajoelhava porque nao sabia rezar.

Dei-lhe uns trocados. Ele se foi.



-Café preto, por favor. Sem açúcar.

Eunice.

Eunice nao é do tipo de mulher que ama.
Sabe demais da mente humana.
Eunice escreve poemas, dirige em alta velocidade, joga poquer.
Fuma cigarros, pinta as unhas de vermelho, e usa oculos escuros.
Eunice tem intimidade com a cama.

Discute Freud na loja de conviniencia.
Mata moscas com faca.
Inteligencia rara, quase psicopata.
Eunice sabe da Europa.

Joana imita Maria, que imita Sabina, que imita Lurdes, que imita Ana, que imita sua mae, que imita Marilyn Monroe, que imita Eunice, que nao imita ninguem.

Eunice só sai com quem tem.
Eunice é absoluta. Rainha de si.
Eunice é prostituta. Rainha de mim

Ama champagne e pinga.
Tatuou Dionisio nas costas.
Fez faculdade e é feliz.

Eunice nao trabalha, tem dinheiro, tem fama, tem sexo, tem saúde, tem amigos, tem inteligencia, bunda grande, e um Rolex.

Eunice nao precisa chorar.
Eunice nao precisa amar.

Jardins de Regent street.

Estão todos a me olhar, e não há como me esconder por entre as cobertas, pois a cama não é alta o bastante para fugir dos olhos de meus observadores.
Peço a todos que saiam, que me deixem um pouco, e que ao sair fechem a porta. Mudo de idéia pois temo o escuro.. mas então é tarde, há só penumbra e solidão. Ah que vontade de chorar.

Peço alto para que voltem, pois gosto da atenção. Gosto de todos aqueles que por um momento me admiraram. No entanto é tudo em vão. Pedir alto não fará diferença. A porta se mantém fechada. Ainda há penumbra e solidão.

Há penumbra, pois por debaixo da porta há luz. Há solidão, porque todos foram, inclusive eu.

Volto para minha cama para fazer passar o tempo.

guarda roupa

Amanha vou por minha melhor roupa, meu terno engomado, meu sapato engraxado, e vou correr pra qualquer lugar.



so pra me sentir importante.

Amor como flor de verao.

Amor é como girassol. Corta com vento. Gira, gira, gira, gira o mundo todo a sua volta.
Amor mata sua horta. Compra sua hora.

Agente semeia, ve crescer, espera por entre estacoes.. os veroes de nossas vida. Agente ama cada pétala, mas nao nunca ve morrer. Nao se esquece um segundo, mas sem aparente porque. Pra amor nao ha resposta.

Dizem ate que flor nasce no meio de bosta.

K.

Fazia tempo que nao sentia cheiro de gente, gente miúda, que cabe na palmas escassas de vida de minha mao. Mal me lembro agora seu jeito e defeitos, recordo apenas o que no momento me tirava a atençao. Sorriso de meia boca, quase que falsidade, aturando as meias palavras de um mero beberrao. Menina tao pouco moça, que até a calada da noite ouviu meu sermao. Eu descobri em teu colo daonde vem a calma para a inquieta alma.
Nao conheço tua vida menina, mas me da tua pequenina mao só mais um pouquinho, só até eu dormir. Podiamos ter falado de tudo naquelas fraçoes de segundo. Da poeira, do caos, do mundo, das putas tristes, dos poetas tristes, dos amigos infelizes, daqueles que dançam, daqueles que cantam, daqueles que amam Drummond, daqueles que amam Da vinci, dos pobres, dos ricos, dos nobres, dos plebleus, dos meus, dos seus, dos nossos, dos apelos, dos pelos, dos arrepios, dos cabelos, da areia da praia em meus cabelos, dos amores de banheiro, dos amores de corpo inteiro, dos meninos que tem fome, dos meninos de Chernobyl, e das cores. CORES!

era tudo tao cinza por fora, mas tao azul por dentro.

Ainda deixo meu cabelo crescer e faço uma tatuagem.



isso ai.

ROMANTICAR

ROMANTICAR! O verbo do século XXI. Na duvida romantique, embregue o chique. Caia na gargalhada, solte uma risada! Finja um mundo hippie. ROMANTIQUE!

Dance ciranda na areia da praia, conte uma piada. A vida dura é mesmo uma cilada. ROMANTIQUE sua cara, sua alma.

ROMANTIQUE seu passado, viva a vida dum jeito errado.

ROMANTIQUE, faça do belo o sujo, do sujo o chique.

ROMANTIQUE

radiaçao.

Dear fool listen to me.
Even if I tell you the sky is gonna fall above your head
Even if I tell you nothing is gonna grow here
Even if I promise destruction and poverty.

push the button.


Even if I ask you for love
Even if I tell you i am high
Even if I tell you to pray.
Even if I tell you to find god.

push the button.


Even if I made you cry
Even if you made me cry
Even if we are not the same anymore
Even if you love poets and whores


push the button.


Even if this world is beautiful
Even if this world is a huge chunk of shit
Even if you wanna protect
Even if you will regret

Push the button. Push it now.

Pierrot.

Pierrot apaixonado pelo mundo irreal.
Que canta seu canto torto para todos seus amores
Menino que ama demais o surreal
Crianca que chora pelos cantos seus temores.

Pierrot cantante, nao tao certo quanto antes
Cuidado com o mundo de agora.
Nem tao cedo, nem tao tarde, para que andes
sem rumo e sem juizo [por entre muros pichados cheirando a mijo]

Davi, palhaco chorao, que roda o mundo a rir, mas um pouco triste.

alma de artista

capitélios dos gregos, ruas de Bansky.
putas de Bukowski, monroe de Warhol.
musas de Caetano, amores de Vinicius.

Desde o inicio é do artista o trabalho de fazer real o imaginário.


e amar o que nao existe.

dia azul.

Encolheu os pequenos ombros e
com as maos suadas e tremulas acendeu um cigarro.
Sentou em silencio temendo.

pois solidao e um exame de consciencia.

as paredes de minha casa.

O limo pode crescer junto as paredes de minha casa.






Mas nada vai acalmar o movimento.
Cheiro de corpo quente.
Silencio faz engrandecer o mundo de fora.
O gozo acaba em acalento e tua vida recomeca agora.

Maresia.

Agua salgada sempre toca a lingua dos tolos.
Certas palavras afetam a todos.











E ela ainda tem a boca morna pelos beijos roubados de mim.

sem titulo.

Ela pisa em cacos de vidro, sangra, e diz que foi sem querer.
Sem querer foi caminhando pela estrada de estrelas rebaixadas. Pisou em cada estrela, da mais voluptosa a mais candida pequenina, sem distincao.
A cada passo as correntes em minhas maos ficavam mais apertadas, e o ar seco sufocava minha palavra. Impotencia.

Terminaste teu caminho, e eu comeco o meu.

Pombo correio.

Um dia desses vi um pombo correio.

Apanhei o revolver e atirei pra matar.

Matei.

Poema bobo.

Paz no mundo se da apenas em um gozo divino.

Tentemos entao construir a escada para alcancar o clitoris de deus.

Pena que orgasmos sao prazeres de curto prazo.

Canario.

Canta canario moco, canta mais uma vez.
Canta canario moco, pois quero ouvir-te.
Prometo atencao integral durante tua capela.
Prometo esperar teu numero a cada sol poente.
Canta canario moco, deixa-me ouvir o som da tua terra e dos teus iguais.
No meio da selva de pedra, canario sempre canta mais.
Canta em coro com os sabias.
Ja e' de teu conhecimento previo que minha alma e' tua.
Fecunde versos em meus ouvidos, que germino poesia em tua imagem.
Antes que te vas, seguidor da carruagem de Apolo, sussurrarei baixinho ao teu ouvido miudo o pedido:
Canta canario moco, canta mais uma vez.

Boris.

-Vulto beijando o concreto
-Silencio, canto das arvores.

Nem para tudo ha' explicacao profunda, complexa. O pesar humano e' nao ver o que esta' a frente.

Nem todos gatos sao habeis o bastante para cruzar a estrada.

Outro achado do caderninho de pensamentos.

Estão todos a me olhar, e não há como me esconder por entre as cobertas, pois a cama não é alta o bastante para fugir dos olhos de meus observadores.
Peço a todos que saiam, que me deixem um pouco, e que ao sair fechem a porta. Mudo de idéia pois temo o escuro.. mas então é tarde, há só penumbra e solidão. Ah que vontade de chorar.

Peço alto para que voltem, pois gosto de atenção. Gosto de todos aqueles que por um momento me admiraram. No entanto é tudo em vão. Pedir alto não fará diferença. A porta se mantém fechada. Ainda há penumbra e solidão.

Há penumbra, pois por debaixo da porta há luz. Há solidão, porque todos foram, inclusive eu.

Volto para minha cama para fazer passar o tempo.

à Saudade.

Saudade, que corrói, que destroi.
Saudade da vida que é minha e que fica.
Saudade da vida que mesmo sendo tua é minha.
Saudade do homem que passa na rua
Saudade da rua, que também minha.

Saudade de todos os tolos.
Saudade do céu de anil da minha terra.
Saudade da Aroeira de meus dias.
Saudade da poeira dos meus cantos.
Saudade do meu Brasil.

-minha terra de encantos


Saudade das moças e moços
Saudade do carvão do meu chão.
Saudade do giz que recobre minha parede.
Saudade da terra que me prende as raízes.

Saudade dói e mata;

saudade dói mas passa.

Arcobaleno

Menina dos olhos de mel, sei que do teu pranto se faz poesia;
Poesia que escorre pelo rosto, desce até o queixo e some antes de ganhar o mundo.
Saiba que aquela que não escorre pelo chão torna o coração mudo.
Dá-me tuas palavras nem que por um segundo, para que eu possa ver por de trás carne, pondo um fim na minha curiosa agonia.

Menina dos dedos de criança, sei que não é a valsa tua dança;
pois és viva demais para tão pouco.
Menina dos dedos de aquarela, sei que sonhas até onde teu juízo alcança;
Voa alto e com os pés no chão.


Ah menina.. Eu sempre achei que fosses um arco-íris.

Monkeys.

http://www.youtube.com/watch?v=m89rYW0epTs



Viva o polegar opositor.

Charles.

TODOS TOLOS FAZEM AMOR,
TODOS POETAS TRANSAM
,




Mas só Bukowski fode.

Ao famoso desconhecido.

Minha cara, era um tal de cara estranho, de uma cara estranha.. Tinha os dentes e os lábios manchados pelo batom de suas mais antigas putas. Puta cara estranho. De paletó verde musgo, e sapatos de salto. De chapéu coco e de uma androginia incontestável devido a pálida maquiagem sobre o rosto cansado. De hálito amargo, comprovando seus boêmios hábitos. De língua afiada e de pinto murcho. De saco cheio, e de dentes para amolar. Puta cara estranho. Vai de bar em bar, babar na boca das bonitas moças, vai tropicando de bar em bar, a afundar a cara nas poças dos ladrilhos que descem a ladeira, a afundar a cara no mais puro Liquor. Puta cara estranho. Sem vergonha, sem um puto, sem um grama, sem fama, sem nada.



Morreu afogado em uma de suas poças. Um minuto de silêncio ao um escroto qualquer que morreu. Puta cara estranho.

No três.

um
dois
três
já.





Adrenalina.

Windows.

-Que minha carne seja parte da eterna terra de um campo de lírios, para que sejam para sempre os delírios de minha mente de uma vida errante. Disse alguém.

Todo dia sonho ao fechar os olhos, contemplo o estranho mundo que reside numa cabeça estufada de idéias, embora muitos delas sejam meras lembranças de arquivos julgados inúteis por algum péssimo profissional imaginário que contratei para me organizar o juízo. Agora nem me passa nas idéias contratar alguém sendo que só eu posso fazer tal trabalho torturante. Lembrar o passado só nos deixa mais velhos. Há um ou outro pensamento que você reconsidera e requalifica como algo útil. Tarefa difícil essa de cada dia. Por isso peço a quem for enterrar meu futuro putrefato corpo, que o faço loois já estounge de um campo de lírios, p cansado o suficiente de meus delírios, e desejo que dessa vida errante apenas sobre a parte não errante, quero pouco trabalho para eternidade. E tomara que eu morra dormindo para poder adiantar o trabalho. Sabe como é, eu prefiro um layout mais clean, essa história de desktop cheio de ícones nao está com nada.

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"Nasci viciado em fantasia"

Nova canção de outrora.

A canção de minha terra foi escrita aqui, pra cá do Paranoá.
Entao posso dizer convicto, que aves nao mais gorjeiam, nem cá, nem lá.

Nosso, meu e seu céu, maior pedaço do papel de um Dias, tem cada dia menos estrelas, e seu sol menos ardor.
Nossa vida, afogada em futilidade, inebriou-se pela radioatividade das rosas de nossos varzeas.
E à nossos bosques foi destinado nem se que amor, nem lágrimas.

E eu vou me embora, cansei de viver nessa nova canção de outrora. Se em alguma hora em meu juizo surgir a vontade de voltar, só espero que na volta eu escute ao menos um sabiá.

Religião

é como querer voar..



com botas de chumbo.

Eis o sono;

Poderia discorrer sobre o sono durante várias horas em vão, mas a sonolência improdutiva e incessante me impede de tal.

Pois então.. vou dormir.

Eu falei de flores.

No jardim havia uma menina. Uma menina com uma flor. Na flor a esperança de tempos melhores. Havia medo. Medo da vida. Medo da morte. Medo da distância. Confiança na sorte. Homens e mulheres fortes. Haviam fracos também. Todos em prol do bem. Em busca daquilo que nao se tem.

A menina e a flor contra o mundo.

A menina e a flor contra o pelotão.

Era uma vez um pelotão, ou ao menos as fardas mudaram... A menina cresceu e a flor murchou. A menina procura em seu jardim outras flores para as novas milicias, e quando as acha, elas lhe parecem fugir a mão. "Por que não?". Indaga a bela moça.

Flores precisam ver para crer, nao adianta chama-las atenção.


Pra nao dizer que nunca falei das flores.

Minha menina

O nu, o contorno do ser, que enalta o proprio prazer, em busca daquilo que busca.

A boca, o meio-beijo, o começo do desejo, que por muitos foi eternizada num lampejo poético.

O coração, demente e indescente e polivalente, é onde tudo se sente.

O cerébro, consciencia e livre arbitrio, o ópio e vício, o silencio e grito. (É causador da razão, da reciprocidade medida, calculada, pesada e carimbada, diferente do anterior que nao acha o amor uma causa complicada).

As mãos, ávidas e rápidas também sabem como pedir a calma.

A garganta, é onde o rock fala.

A vida, que se encontra na palma.

E os olhos... Ah os olhos!



-estes transparecem a alma.

Era um menino.

Menino, és tu menino, aquele que vende meu drops e engraxa o meu sapato?
Menino, tua vida nao passa da mera repetição de fatos, aqueles que lhe falaram e lhe falam? És um pobre coitado menino? Menino, tens um nome? És alguém menino? Lhe faltam as palavras e lhe escorre o suor? Lhe sobem os nervos, e lhe descem o cacete? Me venderás o mentex ou nao? Serás parte da massa menino? Quando irás, menino, comprar teu primeiro revolver? Os Winchester, disse-me um amigo, sao os melhores. Tens grana menino? Ainda tens fumo? Dormes pela manhã menino? Toma condução? Toma anfetaminas? Tens meninas? Mulheres? Bucetas? És o tema da poesia burguesa? Falas a lingua portuguesa? Teu irmão chora de medo, menino? Choras de medo menino? De medo da morte? Da vida incerta?

Teu castigo, menino, não é morrer, afinal a morte é caminho de ida,

a dor meu menino... está é na vida.

Masturbação mental.

É o raciocinar, forçar o pensamento. Serve tanto para a poesia quanto para a lógica.




Em comparação a Céfalodiarréia, a MM tem maiores chances do seu pensamento nao sair uma merda.

Céfalodiarréia.

É exatamente o desarranjo poético. Algo de momento, que simplesmente sai, sem muitos retoques. Devido a isto a publicação nao é frequente.

2009

Olha! Pois é a vida que vem ao longe.






passou.

À minha cachoeira, a mais linda de todas.

Felizes aqueles que nada tem, pois os que tem ou vivem na angustia incessante do perder, ou na lástima fullgas do perdido. Pois o perdido, por mais amado e querido, cai na imensidão abissal do pensamento inútil.. é só uma questão de tempo e vontade. Então minto, feliz é aquele que tem, e tem pela eternidade.

desgraças irmas.

Era um homem, do qual o nome nao me lembro, ou se preferires, nao sei como pronuncia-lo. Era nome de gente de fora, com toda certeza. Tinha nos cabelos e barba brancos a idade que lhe cabia. As mãos eram de dedos finos e longos e a face era cansada, no entanto de aspecto feliz, como a do de um jovem em seu gozo juvenil. Tinha olhos concentrados, como os de um gato, sempre fitando o mar, intrigado pela magnitude do companheiro azul. Olhava tao profundo que parecia que havia culpa em sua existencia. Segurava firme sua bengala, como uma companheira, como aquela que nao o via mais. Era seu porto seguro, olhar a lenta cadencia do oceano, as pequenas marolas amadurecendo em perfeitas ondas, e morrendo no limo das pedras, e segurar aquela bengala fria, sem vida, mas cheia de significado.
Nunca foi grande amigo meu, nunca falamos muito, sempre medimos palavras e elogios. Um dia me disse, quase negando minha presença ali: "Eu queria tanto poder viver". Retruquei de imediato: "Eu também".


Ele foi embora pra nunca mais voltar. Nao ia enteder meu apelo, nao ia entender meu pranto, nao ia entender que nossa desgraças eram irmas...


-afinal caes nao falam.

Just do it.

Afinal é tempo o que nos falta.

Caju.

American boy,


Em seus garranchos, american boy, baseio estes pensamentos.






Abraços se és de abraços.


e


Beijos se és de beijos.

À Santa (?) Catarina

O desconforto anda solto.
Corre por onde há gente.
Leva, lava... Banho aos inocentes.
Força o barraco, força o que se sente.


Entao não se tem mais gente, não se tem mais nada.

À compaixão.

Ainda existe salvação para a humanidade...






Perdão, foi um lapso.

(...)

O pesar é pesado e inato.









O problema dos fracos... é o tato.

O homem.

Era uma vez um homem, pois sem homem não há história, e
sem história nao haveria nada para escrever.



Era uma vez um homem, que por confusão, pintou asfalto, muro
e gente. Atiraram.. morreu alto quebrando silêncio e rotina.
Balbuciou algumas meias palavras tortas e morreu.




Não há mais homem, nem história, e definitivamente nao há
nada para ser escrito.
pois sapatos gastam, inevitavelmente.

Reebok

As mais belas palavras já foram ditas, todas elas.

Estão gastas como a sola de meu sapato usado.

Mas o que faço se busco palavras para serem só minhas?

Para que não me afogue na simplicidade e em meus próprios clichês..

Disseram-me para conter minha ansiedade pelo saber...

Mas eu quero o feérico do anormal, o extravagante do extra terreno.

Quero o fúlgido do arquivo dos grandes, o vulgar de madalena e o sonho de um mártir.

Quero engrandecer minha poética. Me engradecer. Quero tudo.

Quero que as palavras, pelo menos as minhas, nao se desgastem. Para que nao haja a necessidade encontrar novas, e novas, e novas.

Contudo, para suportar meu devaneio poético amétrico, teria de voar, ou andar de pés nus.

Às noites de minha vida.

Vai depressa tomara que não voltes nunca.. Mas voltas, pois é de teu feitio. ´
Sua presença me suga o moral, é mordaz. Odeio-te. Porém percebo-me fascinado pela sua existência, admirado pela sua incrível habilidade de tornar os amantes em insones.
Mas ainda assim.. odeio-te. Provoca-em meias palavras belas, mesmo sabendo o quão dificil é dize-las. És cruel.
Odeio-te, mas não mais te renego, pois voltaras a cada instante de amor para avisar-me de tua
chegada na ausência destes.
Talvez ame-te e apenas não saiba dizer, não sei.
Mas quando souber, direi "Amo-te", mesmo que contra vontade, pois te admiro,

minha insone saudade.

Ensaio sobre a plasticidade cósmica aplicada vol.1

"Cosmoplasticidade.. de cosmoplastia, que significa intervençao plastica do universo, ou seja, uma alteração física do espaço universal, logo impedindo mudanças temporais... Então concluimos que... Sacha como cosmoplata.. nao interferiu no tempo das coisas, e sim no universo espacial a sua volta. Se interpretado como uma metáfora, a qualidade de cosmoplata se refere a alguém que afetou outros individuos (no caso... nós) de maneira pacifica, sem contato... usando apenas um ataque psicologico, alterando assim o juízo dos dominados. Ele se utilizou de seu poder como representante orkutiano da comunidade má para subjulgar os demais participantes assim causando transtorno e revolta no cidadãos malinos."...

Ensaio sobre a plasticidade cósmica aplicada vol.1

Ao amor.

No peito dos homens o amor é inato. Ele se omite por quem sabe uma vida, vive parado.. calado..
Geme tácito, contendando-se consigo mesmo, condenando-se ao seu mais puro narcisismo... é plástico.
Porém só até quando acorda de seu sono plácido, pois quando acorda espalha uma espécie de batida ritmada, que nem a todos agrada, mas que todos escutam.
Como todos.. me movo pela cadência do coração, inexorável, infinita e até que se prove o contrário a mais bonita... e se algum dia alguém provar, parabéns.. encontrou então verdadeiro ritmo de amar.

Orienta-te, pois vives.

Em cada esquina da tua vida,
eu lhe asseguro um ombro amigo...
e outro amante.. Nem que esse abrigo
nao seja mais o meu.

Nao tenha medo, pois em cada canto da tua vida
eu deixarei avisos, afinal o mundo é grande pra caramba
e tu teras de ler algo antes de nele se perder.

O esboço.

O esboço,
Dotado de uma nudez ingênua,
cobriou as linhas decoradas por rasuras.
Na noite que se fazia,
coberto por toda a poesia,
não pode ganhar maiores dimensões que as daquela sala escura.

Um poema sem toda aquela melancolia, beleza e influência...
um poema por sí só, por sua mera existência.
Enquanto este existir.. não terá fim, pois como nossa própria
história nos mostra, tudo que começa... tem um meio, e por fim
acaba em bosta.

Coffea arabica.

Consumidos pela saudade,
meus braços buscam os o calor de teu abraço.
Nas noites.. este é meu fardo, caminhar em minha compania
pelo escuro...
a passos leves e largos.

Whisky.

Ele, fingindo-se louco,
foi aos poucos se isentando de toda a realidade.
Ele, foi alimentando seu corpo inerte... com palavras torpes,
vazia de sentido aparente.
Ele, tentou incessante conseguir a grandeza daqueles que um dia...
foram grandes.
Ele para muitos nao passa de oco... pouco... louco. Mas alguém há* de achar
beleza em sua mente incerta.
É nesse dia então que o louco vira poeta.