ape

o desarranjo poético

domingo, 20 de março de 2011

O amador

Em teus olhos vítreos deixo uma lágrima minha.
No teu batom; um beijo recortado, mera lembrança de meu sorriso rígido, sempre inacabado.
Em tua orelha deixo minhas mentiras mais refinadas e curtas, aquelas que gemem, que cantam, que não parecem mentir.  Em tua língua, meu mamilo.  Em tua cama, minha cara.  Em tua mão, uma flor.  No criado mudo uma carta, que você pode rasgar ou ler.

Saí pra comprar cigarro, não volto nunca mais.

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