ape
o desarranjo poético
segunda-feira, 6 de abril de 2020
umbigo.
nasci em um continente sem nome
numa terra recortada - pela mão do home
de norte à sul
nasci da palavra
ainda a ser descoberta
pela mente de um lúcido poeta
de aura azul
nasci do encontro dos cometas
aurora dos planetas
no grito que ecoa
desde o verdadeiro ano um
nasci do umbigo
como inocente animal
mamífero
e carrego no peito
meu próprio ziriguidum.
intuição.
sigo expressando o movimento
que sou
que sempre
fui
cego, tateio
o céu
do seu olhar
vermelho
que intui
coisas inúteis
sobre mim
e o mundo
que sou
que sempre
fui
cego, tateio
o céu
do seu olhar
vermelho
que intui
coisas inúteis
sobre mim
e o mundo
domingo, 18 de novembro de 2012
o caminho das formigas
A glória da subida
é o caminho das formigas
A impiedosa ladeira,
Ruídosa e raivosa
devido aos milhares -
e suas cabeças de argila
e seu corpos duros de barro
e suas mentes de merda
e suas pegadas de pó e poeira.
Carne e sujeira na subida da ladeira.
Carne é sujeira na subida da ladeira.
Rasgando a pedra da cordilheira,
o abismo come o mundo.
Mas a glória da subida
é o caminho das formigas,
e não o precipício fundo.
Caminho -atento- o percurso
daquela doença.
Eu nunca olho pro lado.
Vejo sempre o couro suado
das nucas da interminável fila.
Ninguém pode olhar para a queda.
Aqueles que olham caem
e devem cair por muito tempo.
Mesmo com medo, meus pequenos
olhos olham
e eu esqueço a glória
e a fila
e o caminho das formigas
e caio
e finalmente
voo
é o caminho das formigas
A impiedosa ladeira,
Ruídosa e raivosa
devido aos milhares -
e suas cabeças de argila
e seu corpos duros de barro
e suas mentes de merda
e suas pegadas de pó e poeira.
Carne e sujeira na subida da ladeira.
Carne é sujeira na subida da ladeira.
Rasgando a pedra da cordilheira,
o abismo come o mundo.
Mas a glória da subida
é o caminho das formigas,
e não o precipício fundo.
Caminho -atento- o percurso
daquela doença.
Eu nunca olho pro lado.
Vejo sempre o couro suado
das nucas da interminável fila.
Ninguém pode olhar para a queda.
Aqueles que olham caem
e devem cair por muito tempo.
Mesmo com medo, meus pequenos
olhos olham
e eu esqueço a glória
e a fila
e o caminho das formigas
e caio
e finalmente
voo
domingo, 21 de outubro de 2012
domingo, 6 de novembro de 2011
sacada.
- mais que cara.. o que houve?
- falta de sono.
- dormindo mal?
- bem demais.
- tá cagando dinheiro?
- longe disso.
- então largou aquele emprego.
- nem fodendo posso largar aquela merda.
- tá drogada?
- faz uns meses
- arrependida?
- desconfiada.
- desconfiada que a vida possa ser mais fácil do que é?
- mais ou menos.
- você tem medo.
- eu tenho medo.
- e eu coragem por dois.
quer tomar um chá? sempre me ajuda a dormir...
eu trago aqui na sacada pra você.
- falta de sono.
- dormindo mal?
- bem demais.
- tá cagando dinheiro?
- longe disso.
- então largou aquele emprego.
- nem fodendo posso largar aquela merda.
- tá drogada?
- faz uns meses
- arrependida?
- desconfiada.
- desconfiada que a vida possa ser mais fácil do que é?
- mais ou menos.
- você tem medo.
- eu tenho medo.
- e eu coragem por dois.
quer tomar um chá? sempre me ajuda a dormir...
eu trago aqui na sacada pra você.
sábado, 10 de setembro de 2011
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Carvoeira.
E do olho vermelho da besta-fera
dava para ver o feio e a bela
gelando um carinho entre as mãos.
Quebrando a monotonia
de todo aquele laranja-cobre
do céu anoitecido.
do céu anoitecido.
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